sometimes i sit and think. sometimes i just sit.

sábado, 30 de agosto de 2008

Meu medo

Eu acho tão bonito como, às vezes, a vida vale à pena pelo que é.

Mas depois lembro que as pessoas que amo vão morrer; e temo por elas, não por mim. E é aí que percebo o altruísmo e a arrogância de não querer que os outros se vão, por evitar a dor de não tê-las mais comigo.

domingo, 24 de agosto de 2008

???

Um estudo divulgado pela FGV avaliou que agora, a classe média corresponde por 52% da população brasileira.







???





Muito, mas muito estranho mesmo. Ano passado, era 22%.



Ah, pequena observação: É considerada de classe média quem ganha acima de 3 000 reais mensais.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Viva o Povo Brasileiro

Bom, eu sempre tive uma relação estranha com o Brasil. Passei muito tempo sem ligar para nosso país - as músicas que gosto nunca foram cantadas em português, portanto não havia porque ter um elo com oas canções nacionais; os filmes só passaram a pegar um impulso comercial e publicitário de uns anos pra cá, então não fizeram parte da minha infância; os livros que tenho vontade de ler nunca são os nacionais. Pra quê, se existe Dostoiévski?

Esse pensamento arrogante e fechado foi dando vazão à uma liberdade que aos poucos fui sentindo para poder olhar o Brasil com outros olhos. Da indiferença total, passei a não gostar. E fiquei assim por bastante tempo, e agora, tenho revisto muitos conceitos..

É engraçado como as coisas, naturalmente e sem que a gente programe algo, acabam coincidindo e várias coisas ocorrem sobre um mesmo tema. Por exemplo, lá pra março desse ano, estudei Unificação Italiana em História; e paralelo a isso, lembrei de um livro que quero muito ler chamado Queda e Declínio do Império Romano, assisti vários filmes italianos maravilhosos e nem sou tão chegado assim à cultura deles. Mas foi uma época que aprendi bastante - didaticamente e artisticamente - sobre país europeu.

E agora tem sido assim com o Brasil. Estou aprendendo muita coisa sobre a história brasileira (muita matéria) e escutado música brasileira mais do que escutava antes.
Felizmente, tudo ocorreu de uma maneira muito peculiar; comecei a ler o livro que até agora, é o melhor que já li, chamado Viva o Povo Brasileiro (João Ubaldo Ribeiro). Apesar do título, logo quando nos aprofundamos na leitura percebemos que não é uma ode - e sim uma sarcástica saudação. A riqueza da linguagem empregada pelo genial Ubaldo é tão vasta, heterogênea e mística quando a nossa cultura, nossos hábitos. E é um belo livro de história também - já que finalmente, podemos ter um retrato da cultura brasileira desde o século XVIII até o XIX, podendo finalmente entender nossas origens.

Apreciar e depreciar a pátria ao mesmo tempo; eis a bela contradição que eu tenho, e que afinal, é o Brasil por inteiro. Quer país mais contraditório?
Apreciar pela cultura, depreciar pelo povo, pela política. Principalmente o povo.

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Me espanta a maneira como o Rio despreza sua própria história. E me indigna ver como meus colegas de turma sequer foram no Museu de Belas Artes, no Centro, refletindo a falta de interesse e cultura para com o passado.

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E aos poucos vou descobrindo coisas geniais em nossa história. É uma pena como tantos, da Irmandade, não conhecem Mário de Andrade, Tarsila, a Atropofagia, Vidas Secas, João Cabral de Melo Neto, Drummond, Bossa-Nova, e os próprios ícones, como Machado de Assis. E um dos maiores intelectuais de nossa História, Glauber Rocha, com seus filmes chatérrimos? Pelo menos foi alguém digno de importância, assim como Nelson Rodrigues, mesmo ambos sendo extremamente aborrecidos.

Esse descaso com nossa História é o que me decepciona. Essa falta de bom-senso para com nossas riquezas ambientais, a inconsciência, tudo isso, me evergonha, muitas vezes, de ser parte dessa massa tão grande do Brasil (Muitas vezes o que me incentiva a futuramente dar aula é a vontade de conscientizar pessoas sobre esse crime que cometemos a nós mesmos).

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A Fernanda Torres, que é cronista da Veja Rio semana sim, semana não (alterna com o Manoel Carlos) falou nessa última edição sobre como o pessoal do Rio detesta o antigo, sempre procura substituir o ultrapassado sem dar valor ao histórico. Deu exemplo da arquitetura, de como ela mesma teve de se mudar para sua casa estilo década de 50 ser demolida e dar lugar a um prédio. Ela começa o texto dizendo como adora a Barra (e o que me parece doideira, dada a impraticidade que é morar lá) e se esclarece no final, falando que os grandes empreendedores agora largaram a Zona Sul e aventuraram-se para os cantos de lá. Se adorar a Barra for igual a preservar o pouco de história que ainda temos por aqui e pelo Centro, també a-do-ro a Barra.
Quando terminei de ler, pensei no Palácio Monroe, no Centro. É um absurdo mesmo..

Bom, Brasil e História foram palavras-chave nessa postagem. É uma pena que as duas não caminhem juntas, e a primeira negue a segunda. História do Brasil é linda (curioso é que nenhum dos meus amigos gostam, detestam, diga-se de passagem), mas não é valorizada. Um dia, quem sabe.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Os medos constantes

Começam as provas amanhã, mais duas semanas de estudo e meus amigos probidos de sair. Não probidos, mas impedidos.
Em pensar que mais um ano está acabando..

Foram anos ótimos, o passado e esse! O fato de ter tido os melhores professores do mundo foram quase decisivos para me fazer ter certeza de que o que quero é ser professor. E a idéia é tão sólida na minha cabeça que acho que não vou mudar de idéia.. Bom, isso se minha dicção melhorar. E minha timidez. Mas acho que tudo se resolve.

Amanhã, meu pai vai conversar com a coordenação para saber como o colégio está em relação ao Vestibular. Infelizmente dá-lo a certeza de que confio em todos os profissionais do meu colégio por mim mesmo, não basta para convencê-lo. É até melhor que ele vá por conta própria, afinal, é um super direito dele.

Me entristece ver que muito provavelmente terei como alunos muitos dos colegas de classe que definitivamente não suporto. Farão o mesmo perfil, e sei que minha paciência será pouca.. mas sei que não posso ter rixas com quem quer que seja, e afinal, ser professor é muito mais do que passar deveres, é um ato altruísta, acima de tudo. Mas será?
Essa época de Vestibular assusta um pouco. Já falei sobre isso no outro blog, mas é um receio presente.
O fato de ter que decidir minha faculdade, as provas do colégio a começarem, meu pai querendo conversar com a escola, e principalmente a pressão constante do Vestibular às vezes dão um nó na minha cabeça.

O que será?