Oh, que ruim ser mal interpretado! E sempre acabo gerando isso. Explicando-me melhor a respeito da última postagem, o que quis dizer com o vazio das pessoas é que..
O que eu quero dizer, afinal?
Afinal, existe alguém puramente desinteressante por dentro? Por trás de máscaras, convenções e comodismos? Cada vez mais é difícil ser você mesmo em nosso mundo. Eu acho lindo quando uma pessoa doa-se à outra, e vice-versa; o fato de absorvermos características alheias é a prova de que reconhecemos as máximas qualidade naqueles que gostamos. Seja adquirindo uma mania, um tique, uma frase, uma expressão.. trazemos para nós o que é fonte de respeito. Eis um dos motivos pelos quais nós, seres-humanos, somos uma só unidade.
De onde vem o vazio? É difícil afirmar, apenas sentimos. Mesmo uma patricinha fútil tem sua própria sabedoria. Um exemplo disso é Paris Hilton, que uma vez afirmou que nunca seria quem é no seu íntimo, uma vez que as pessoas nunca entenderiam nem respeitariam; e isso comprova o que disse ali em cima. Para ela, sua conseqüência é passar-se de idiota pretensiosa.
O fato de termos inúmeros preconceitos - e isso foi O tema de ontem, em debates na psicóloga e com meus amigos - é o que nos impede de reconhecermos nossas opiniões primordiais e estabelecer um ponto de partida para construir demais conceitos. Eles são importantes, sim - o problema é que acabamos dando um sentido muito amplo para a palavra.
Em falar em palavras, o que no fundo no fundo, elas representam? Eu e meus amigos já zombamos demais de pessoas próximas, que desconheciam o sentido de palavras tolíssimas. E ontem aprendi que não tenho moral para isso - o que importa é que os outros saibam qual o significado que elas expressam. Não sou um dicionário ambulante. Nem os outros. Não posso esperar isso deles. Muito menos de mim.
Isso está relacionado ao meu antigo conceito de vazio - uma pessoa é vazia por não ser culta? letrada? apta a discursar exímiamente em qualquer assunto? ou é vazia apenas porque não construímos um elo de ligação com elas?
Para mim, esse era o conceito de vazio. Permaneceu no meu imaginário aquela imagem-clichê de estudantes populares - pegadores, estúpidos, bonitos e preconceituosos. Eu, justamente eu, que prego TUDO contra qualquer tipo de preconceito, acabei cedendo à ele.
Uma pessoa não é rasa apenas porque não tenho papos profundos com ela. Ou porque não lê os livros que leio, as músicas que escuto, os filmes que assisto.
Pensava justamente o contrário até ontem, quando revi essa opinião. É uma espécie de narcisismo, achar que só são profundos aqueles que pensam como eu.
E afinal, por que se preocupar com quem é vazio e quem é profundo? Sempre haverá opiniões discordantes sobre quem é ou não é, já que depende de pontos de vista.
O erro foi meu, ao achar que todos têm de seguir um padrão de intelectualidade e dedicação.
É hora de mudança.
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Um comentário:
Como eu dizia, não existem verdades. Apenas versões. E ainda bem que a gente pode ir mudando as nossas versões.
ps. o almoço-papo de quarta que vem está semi-marcado. Na segunda a gente confirma, ok?
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