domingo, 2 de novembro de 2008
Vale
Há alguns minutos, acabei uma conversa extensa e exaustiva com minha mãe. Uma daquelas que acaba surgindo do nada e se entrelaça em assuntos que não imaginávamos fossem entrar na discussão e acabam resultando em algo bem mais sério do que supunhamos. Algo sobre como as coisas acabam nos prendendo e nos atando e nos fazendo depender delas e acabam podando nossos sonhos e viram desculpas para nosso fracasso na vida. Petrópolis sempre foi minha fuga meu Sanssouci meu paraíso e minha própria desculpa por um tempo. Minha preocupação durante a conversa com minha mãe passou de como começar a juntar dinheiro para quando a casa ficar para mim e poder fazer uma reforma talvez colocá-la à baixo talvez apenas consertar o que é realmente necessário aos poucos talvez fazer tudo de uma vez para afinal, mantê-la ou não. Mantê-la? Viver num lugar pequeno aqui para manter uma casa enorme num lugar que vou acabar me sentindo na obrigação de ir apenas porque é grande e me custa caro? Preciso ser real e consciencioso de que não vou ser milionário muito pelo contrário, e viver de lembranças sempre foi uma das minhas características mas isso é ridículo. Vivendo do passando esqueço do presente. E o que tem numa casa afinal? Como mamãe disse, é a Maldição do Vale (das Videiras). Acabamos todos ficando presos à ela atado à ela dependentes dela. Acabou sendo para nós um contexto e não apenas uma casa, o Vale simboliza todas as circunstâncias que nos envolve e desvençilhar-se delas é não só necessário mas quase obrigatório.
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Um comentário:
Quem sabe um dia, daqui há uns anos você resolva passar um final de semana no friozinho tomando um vinho?
pensa nisso.
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